Inclusão financeira digital é tema no Innovation Xperience Conference
Saiba como foi o painel sobre inclusão financeira digital no Innovation Xperience Conference, com a participação do CEO da Adiq, José Mário Ribeiro.
A inovação, a transformação e a disrupção tecnológica aplicadas aos multissegmentos da economia foram os assuntos centrais do Innovation Xperience Conference, um dos eventos de inovação mais importantes de São Paulo, que aconteceu em novembro de 2023.
O evento reuniu as lideranças que estão co-criando um futuro mais digital, sustentável e de maior inclusão tecnológica, como CEOs, autoridades públicas e setoriais, fornecedores de soluções e serviços, acadêmicos, empreendedores e entusiastas.
Um dos destaques do evento foi o painel O futuro do sistema financeiro: DREX, Open Finance e Inclusão Digital, que contou com a participação do CEO da Adiq, José Mário Ribeiro, ao lado de outros especialistas no assunto, como Rodrigo Soeiro, CEO e cofundador da Monnos e líder do Comitê de Fintechs & Payments do Movimento Inovação Digital (MID), Letícia Málaga, sócia do Peck Advogados, Juarez Borges, representante do PayPal, e Otávio Damaso, diretor de regulação do Banco Central.
Continue a leitura e saiba mais sobre os pontos altos do painel!
A assimilação das novas tecnologias pelos empreendedores
O surgimento de novos modelos de pagamentos e tecnologias altera todo um ecossistema. José Mário Ribeiro, CEO da Adiq, relembra como isso se deu com a popularização do cartão de crédito. No início, quando havia somente o dinheiro, havia apenas a relação entre o lojista e o banco, onde os valores eram depositados.
Com o surgimento do cartão de crédito, houve a necessidade de novos players no mercado: além do banco que emite o cartão, há o adquirente que coloca a maquininha na loja, a bandeira que regula os pagamentos, soluções antifraude, e muitos outros.
Isso exemplifica de forma simples como novas tecnologias vão impulsionar mudanças tanto na infraestrutura como na forma de as empresas trabalharem. É o que vimos recentemente com o Pix e o que está acontecendo com o Open Finance, o DREX e o CBDC.
A assimilação das novas tecnologias pelas empresas depende de alguns fatores, como a visão estratégica, a cultura organizacional, a capacitação dos colaboradores e a adaptação aos clientes. As empresas devem estar atentas às tendências e às demandas do mercado, bem como às oportunidades e aos desafios que as novas tecnologias trazem.
A evolução do compliance no sistema financeiro
Juarez Borges, representante do PayPay aponta para a evolução do compliance no sistema financeiro, sobretudo entre as fintechs. No início dos anos 2000, o compliance era reativo, ou seja, respondia às crises e às regulamentações que vinham para restringir o mercado, como o estouro da bolha das empresas “.com” e a lei Sarbanes-Oxley.
Na crise de 2008, o compliance passou a ser preventivo, ou seja, antecipava os riscos e as oportunidades que surgiam com as inovações tecnológicas, como as criptomoedas e os sandboxes regulatórios.
Na atualidade, ocorre algo diferente, em que a regulamentação surge para promover a inovação. Dessa forma, o compliance se tornou estratégico, ou seja, se integrou com as áreas de gestão de risco e de negócios para promover a inovação e a competitividade no mercado, aproveitando as iniciativas do Banco Central, como o PIX, o Open Finance e o DREX.
Nesse contexto, Rodrigo Soeiro corrobora com essa fala ao enxergar o regulador hoje como um ente legitimador, favorecendo às instituições que querem jogar no mercado de forma séria.
A inovação promovida pelo Banco Central em prol do empoderamento da sociedade
Otávio Damaso, diretor de regulação do Banco Central, discursou sobre o importante papel do BC na promoção de soluções inovadoras no mercado de pagamentos. A instituição viu a “inovação como uma forma de superar barreiras, e isso aconteceu, mas não de graça. O BC comprou brigas do bem. A gente quebrou barreiras e o mercado cresceu”, complementou Damaso.
Uma dessas inovações é a interoperabilidade do sistema financeiro promovida pelo Open Finance. Ela facilita a concorrência e a inovação, pois permite que os clientes possam escolher os melhores produtos e serviços entre diferentes provedores. Também empodera o cliente e aumenta a transparência, pois permite que os clientes possam acessar e compartilhar seus dados e histórico financeiro com quem eles quiserem.
A interoperabilidade, no entanto, exige adaptação e cooperação dos players, pois implica em mudanças tecnológicas, operacionais e culturais nas instituições financeiras. Por isso, entre o papel do regulador de pressionar essa evolução.
O DREX e o CDBC são exemplos disso. No início dessa discussão sobre o CDBCs, ou moeda digital do Banco Central, havia muita preocupação com a segurança dos dados. Outro questionamento era a dúvida sobre uma “conta” no Banco Central, se isso poderia interferir na competitividade dos bancos. Diante disso, o BC tem gerenciado essa implementação de uma forma que o mercado absorva com maior facilidade.
José Mário, CEO da Adiq, ressalta aqui o foco que o Banco Central tem dado ao empoderamento da sociedade. Por meio das redes sociais, por exemplo, os clientes podem impactar fortemente a reputação de uma empresa. Por isso, investir em uma boa experiência e em soluções que beneficiem os usuários é tão importante.
Nesse contexto, o Banco Central “dita os players” do mercado, ou seja, quem pode operar em cada tipo de operação. As registradoras, como a Adiq, estão trabalhando em consonância com esse empoderamento do estabelecimento comercial, que hoje pode fazer a antecipação de seus recebíveis com mais entidades além do adquirente com o qual está vinculado.
Velocidade de entrada e competitividade da inovação e implementação
A velocidade da implementação é um grande desafio tanto para o Banco Central quanto para os players do mercado. A morosidade pode representar uma perda significativa de competitividade no mercado.
Para um lado, para os novos players, que tem maior flexibilidade de implementação, a velocidade é desejada e positiva. Para aqueles com uma infraestrutura legada, fica difícil estabelecer mudanças abruptas em tão pouco tempo.
Nesse quadro, o regulador tem um importante papel de considerar ambos os lados e alcançar um equilíbrio razoável. Como afirma Damaso o “Banco Central tem que ponderar e encontrar um ponto de equilíbrio para não deixar que a desculpa da velocidade seja usada como barreira de entrada […] é um dilema que a gente tem, […], mas a gente não pode ficar refém dessa dificuldade de transformação dos incumbentes…”.
O painel sobre inclusão financeira digital foi uma oportunidade de conhecer as visões, as experiências e as expectativas dos líderes e dos especialistas que estão à frente das transformações que estão ocorrendo no mercado financeiro. Ficou claro que a inovação, a tecnologia e a colaboração são os pilares para a construção de um sistema financeiro mais aberto, democrático e acessível para todos.
Fique à vontade para assistir ao vídeo desse painel na íntegra. E se quiser saber mais sobre esse e outros temas relacionados à inovação, à transformação e à disrupção tecnológica no mercado de pagamentos, acompanhe os próximos artigos e siga as redes sociais da Adiq. Estamos no Facebook, no YouTube, no LinkedIn e no Instagram.
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