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Interoperabilidade: saiba como funciona e exemplos

Já ouviu falar em interoperabilidade? Entenda essa base que pode tornar o sistema financeiro mais saudável e competitivo.

Tecnologiajulho 11, 2024
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Em um mundo cada vez mais conectado, a interoperabilidade se torna essencial para o funcionamento eficiente de sistemas e serviços. Essa característica permite que novas fintechs e os diferentes players do mercado financeiro troquem informações de forma fluida e segura, promovendo a competitividade e o crescimento do setor.

Neste artigo, você vai entender melhor o que é interoperabilidade, suas vantagens e como isso afeta o mercado dos meios de pagamentos.

O que é Interoperabilidade?

A interoperabilidade refere-se à capacidade de sistemas distintos se comunicarem e compartilharem informações de maneira eficiente. No contexto de pagamentos, isso significa que diferentes empresas, bancos e fintechs podem colaborar sem barreiras técnicas.

Por exemplo, um cliente pode usar seu cartão de crédito em qualquer máquina de pagamento, independentemente do banco emissor. Isso evita também que clientes com ticket refeição possam usar o benefício em qualquer estabelecimento, sem barreiras de aceitação da rede adquirente.

Vale ressaltar que a Lei nº 12.865/2013 estabelece diretrizes importantes para o mercado de pagamentos no Brasil, incluindo a interoperabilidade como um princípio orientador. Vamos explorar como essa lei aborda a interoperabilidade.

A lei prevê a interoperabilidade entre diferentes arranjos de pagamento. Isso significa que sistemas distintos, como bancos, fintechs e outras instituições, devem ser capazes de se comunicar e compartilhar informações de forma eficiente.

Tipos de Interoperabilidade

Para melhor entender o conceito e sua implementação, é importante levar em conta que existem três principais tipos de interoperabilidade:

  • Técnica: Envolve a compatibilidade entre sistemas, protocolos e formatos de dados. Por exemplo, um aplicativo de pagamento móvel deve ser capaz de se comunicar com diferentes terminais de ponto de venda (POS).
  • Semântica: Refere-se à compreensão mútua dos dados trocados entre sistemas. Por exemplo, um sistema de saúde deve entender os registros médicos de diferentes hospitais.
  • Organizacional: Diz respeito às regras e acordos entre as partes envolvidas. Podemos exemplificar com bancos que compartilham informações sobre transações e que devem seguir padrões acordados.

Alinhar esses modelos permite uma interoperabilidade de sistemas em diferentes níveis. Mas qual a função desse modelo no mercado de pagamentos?

O papel da interoperabilidade no mercado de pagamentos

No setor de pagamentos, a interoperabilidade é fundamental para o crescimento econômico, e favorece todos os agentes desse arranjo, em especial os clientes.

Na promoção da inclusão financeira

A inclusão financeira é um conceito fundamental para garantir que todas as pessoas, independentemente de sua localização geográfica ou instituição bancária, tenham acesso a serviços financeiros essenciais.

Isso significa que pessoas de diferentes regiões, incluindo áreas rurais e remotas, devem ter a oportunidade de abrir contas bancárias, obter empréstimos, fazer investimentos e realizar transações financeiras.

No ganho de eficiência

A interoperabilidade é um dos principais impulsionadores da eficiência no mercado financeiro e de pagamentos. Quando sistemas, bancos e fintechs são interoperáveis, os custos operacionais diminuem. Por exemplo:

  • taxas de transação: com a interoperabilidade, as instituições podem compartilhar infraestrutura e processos, reduzindo as taxas cobradas em cada transação.
  • manutenção de sistemas: em vez de manter sistemas isolados, as empresas podem colaborar em plataformas comuns, economizando recursos de manutenção.

Na inovação

A interoperabilidade cria um ambiente onde novos participantes e tecnologias podem entrar no mercado com mais facilidade. Isso incentiva a competição e estimula o desenvolvimento de soluções inovadoras.

Com sistemas interoperáveis, novos modelos de negócios podem ser criados. Por exemplo, serviços de pagamento móvel, carteiras digitais e outras soluções podem surgir, beneficiando tanto os empresários quanto os clientes.

Vantagens da interoperabilidade

Além de trazer ganhos reais para o mercado de pagamentos, a interoperabilidade entrega vantagens diretas para os clientes e para as empresas. Como assim?

Facilidade para o cliente

A interoperabilidade simplifica a vida dos clientes, tornando as transações mais ágeis e intuitivas. Por exemplo, imagine um cliente que pode usar seu cartão de crédito em qualquer máquina de pagamento, independentemente do banco emissor. Isso elimina a necessidade de carregar vários cartões ou se preocupar com a compatibilidade entre sistemas.

Além disso, facilita as transferências bancárias. Com sistemas interoperáveis, transferir dinheiro entre contas de diferentes bancos é tão simples quanto enviar uma mensagem de texto. É verdade que o Pix, por exemplo, já facilitou as transações bancárias. Mas a interoperabilidade dá a liberdade de o cliente usar um app de terceiro para iniciar o pagamento, e acessar seus dados bancários.

Expansão de Mercado

Empresas que adotam a interoperabilidade podem atingir um público mais amplo. Fintechs e startups, por exemplo, ao integrar-se a sistemas já estabelecidos, podem oferecer seus serviços a clientes de diferentes instituições financeiras. Assim, podem inovar em serviços e produtos, sem necessariamente fazer com que clientes abram novas contas bancárias ou saiam de seus bancos convencionais.

Podemos falar também das plataformas de e-commerce que aceitam pagamentos de várias fontes (cartões, carteiras digitais, etc.). Elas conseguem atrair  mais consumidores e aumentar suas vendas.

Competitividade

Empresas que oferecem interoperabilidade ganham destaque no mercado. Afinal, aquelas que facilitam a vida dos clientes com transações rápidas e flexíveis ganham reputação positiva e atraem mais negócios.

Startups que desenvolvem soluções inovadoras e interoperáveis têm uma vantagem competitiva, pois se destacam pela conveniência e eficiência que oferecem.

Desafios da implementação

Apesar de mais de 10 anos da lei que promove a interoperabilidade dos sistemas, ainda é um grande desafio ver isso na prática. E são diversos motivos.

Padronização

A padronização é um dos maiores desafios ao criar sistemas interoperáveis. Ela envolve a definição de normas comuns que todos os participantes devem seguir. Para que diferentes sistemas possam se entender, é necessário definir protocolos de comunicação padronizados. Por exemplo, como os dados serão formatados e transmitidos entre sistemas.

Além disso, é fundamental estabelecer formatos padronizados para informações como datas, números, códigos de produtos, etc. Isso garante que todos os sistemas interpretem os dados da mesma maneira.

Chegar a um consenso entre diferentes empresas, instituições e reguladores sobre as normas é um processo demorado e muitas vezes desafiador, pois cada player tem seus interesses e prioridades. E essas normas precisam ser atualizadas regularmente para acompanhar as mudanças tecnológicas e as necessidades do mercado.

Segurança

Outro desafio é garantir que a interoperabilidade não comprometa a segurança dos dados. A troca de informações entre sistemas pode expor dados a riscos, como ataques cibernéticos e vazamento de informações sensíveis.

Por exemplo, quando sistemas de saúde compartilham dados clínicos do paciente, é fundamental garantir que essas informações não sejam acessadas por terceiros não autorizados.

Para mitigar esses riscos, é necessário implementar medidas de segurança apropriadas. Isso inclui:

  • criptografia para garantir que os dados sejam transmitidos de forma segura, protegendo-os contra interceptação;
  • autenticação e autorização verificar a identidade dos sistemas envolvidos e permitir apenas o acesso autorizado;
  • monitoramento contínuo que detecta e responde a qualquer atividade suspeita durante a interoperabilidade.

Apesar desses desafios, a interoperabilidade é um futuro irreversível e se tornou a base para um ecossistema financeiro saudável e dinâmico. À medida que avançamos, devemos continuar a promover a colaboração e a busca por soluções que beneficiem a todos.

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