3DS 2.0: a evolução da segurança nos meios de pagamento
Conhece a nova versão 3DS 2.0? Entenda melhor como funciona esse protocolo e que vantagens pode trazer para clientes e lojistas!
Um dos requisitos básicos para garantir uma venda bem-sucedida no e-commerce é a transmissão de dados do modo mais seguro possível. Isso está diretamente relacionado também à experiência do cliente. Com esse objetivo, temos agora o protocolo 3DS 2.0, que traz vantagens reais não somente para o consumidor, mas também para o e-commerce.
Neste artigo, você vai entender melhor o que é exatamente o 3DS 2.0, que ganhos foram obtidos e o que essa evolução representa para o mercado.
O que é o 3DS 2.0?
O 3DS é um protocolo de autenticação de vendas online. A versão 2.0 é uma atualização dessa ferramenta que visa reduzir as fraudes em meios de pagamento no e-commerce por meio de uma análise de dados mais detalhada.
Como foi a evolução do 1.0 para o 2.0?
Da versão 1.0 para a 2.0, muitos ganhos significativos foram obtidos. Por exemplo, na versão anterior, não havia uma solução nativa para o protocolo funcionar em dispositivos mobile, algo para o qual o 2.0 já está preparado.
Outra diferença está na separação das validações de autenticação e autorização. Antes os processos aconteciam no mesmo fluxo de envio de informação:
- autenticação: processo de se certificar que o comprador é realmente o dono do cartão de débito ou crédito. No caso do débito, por exemplo, na maior parte das vezes, é necessária a digitação da senha;
- autorização: refere-se ao processo de verificar se aquela compra específica pode ser efetuada. O cartão pode estar bloqueado ou não ter saldo suficiente.
Na versão 1.0, essas validações ocorriam na mesma transação. Assim, se a autenticação falha, todo o processo de compra e venda era perdido. Com a separação obtida na nova versão, o e-commerce pode tentar a transação novamente, sem perder as informações da transação.
Novos mecanismos foram adicionados para garantir uma experiência de compra mais fluida para o consumidor. Especialmente no que se refere a compras no débito, a jornada de compra é bastante difícil e confusa. Por exemplo, muitas vezes é preciso inserir senha do banco, do cartão ou mesmo ser redirecionado para uma nova página. Isso gera insegurança por parte do usuário, que acaba abandonando o carrinho por medo de fraude.
A nova plataforma cruza dados com base em dezenas de variáveis para determinar se o pagamento é autêntico e pode ser silencioso. Se o banco emissor entender que os dados analisados são suficientes para determinar que a transação é legítima, toda análise é feita silenciosamente.
Por outro lado, se as divergências ou dúvidas forem levantadas pelo banco, a autenticação vai para uma nova etapa, em que o consumidor precisará validar a transação por um mecanismo de segurança, como um token com senha única ou SMS. Ao digitar o código de verificação na própria página da loja, o pagamento é liberado.
Nesses casos, o usuário continua na mesma página da loja, sem mudar de ambiente (o que poderia causar resistência à compra). Na maior parte dos casos, toda essa autenticação é realizada no background, sem a necessidade de o consumidor precisar intervir. Mesmo que o usuário tenha que intervir, será com o mínimo de atrito.
Uma análise de dados mais detalhada para a autenticação da transação é possível graças à principal diferença entre as versões 1.0 e a 2.0: a quantidade de informações que trafegam no fluxo da transação, desde o e-commerce até o emissor.
Esse aprimoramento na experiência do consumidor visa aumentar as taxas de conversão. Ao mesmo tempo em que fornece uma sensação maior de segurança ao usuário que não é redirecionado, o e-commerce consegue alcançar uma parcela relevante de clientes em potencial que ainda não tem cartões de crédito, mas somente de débito.
Como funciona na prática?
A melhor forma de entender a eficiência do 3DS 2.0 é analisando uma transação na prática, ou seja, como todo o processo ocorre ali no backoffice. Acontece da seguinte forma:
- o cliente insere os dados do cartão no check-in;
- por meio do protocolo 3DS do e-commerce, os dados são enviados para o emissor do cartão de crédito ou débito, solicitando a autenticação da compra;
- é feita uma análise de risco da transação. Com o resultado dessa análise, o provedor de segurança do emissor determina se é necessária uma autenticação por meio de senha, token etc.;
- o resultado da autenticação é enviado para a plataforma do e-commerce;
- o processo de compra é autorizado.
Qual a importância do 3DS no combate à fraude?
O combate à fraude é um dos principais objetivos dessa evolução do 3DS. O Brasil fica em 2º lugar na América Latina entre os países com mais fraudes em compras online usando cartão de crédito. Por isso, investimentos no setor são tão importantes.
Entre esses investimentos está o 3DS, que instaura um novo padrão de autenticação que resguarda não somente o cliente, mas também o próprio e-commerce. Esse padrão utiliza mais de 100 campos de dados para prosseguir com uma autenticação para a transação que seja invisível aos olhos do usuário.
Esse montante de dados fornece mais segurança para as bandeiras, aos emissores e aos lojistas. Caso ainda não se sintam confortáveis com as informações fornecidas, a validação do usuário por meio de um token, senha de uso único ou SMS garante uma camada extra de proteção, reduzindo ao máximo as chances de fraude.
É claro que implementar estratégias de prevenção à fraude é uma ação que deve ser contínua. Afinal, hoje nos preparamos para ameaças que são conhecidas. Mas à medida que a tecnologia avança e o comportamento do consumidor se modifica, novas brechas são criadas. Dessa forma, as estratégias de identificação e prevenção de fraudes poderão ajudar o e-commerce a eliminar quaisquer riscos da operação, e reduzir ocorrências de chargeback.
Todos os principais emissores já estão preparados para a aplicação do protocolo 3DS 2.0. É natural, no entanto, que muitos lojistas se preocupem com custos adicionais na implementação de novas tecnologias ou no aprendizado de uma nova solução. No entanto, os ganhos em termos de experiência do cliente, aumento de taxas de conversão e prevenção de fraude justificam a adoção dessa nova versão.
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